Muitas vezes lembro de momentos instáveis de meu passado,
lugares conspurcados, corpos desalmados e pessoas profanadas,
lembro o desespero e sinto a sua angústia, o terrível medo!
E uma infinita busca pelo brilho do sol, busca em vão, eu descrevo.
Vivendo em lugares inóspitos à beira do mais tenebroso luar,
sinto de meu corpo sair todo o meu ar, sinto-me frio, e também pegajoso!
Olho ao redor e vejo trevas na escuridão, nas paredes úmidas,
sinto brisas gélidas,inevitável torna o fato, estou morto!
Em algum lugar frio, distante e sozinho.
Fui esquecido em meu humilde túmulo,
jogado ao além para dentro desta cripta,mereci tanto descaso, me pergunto?
Não lembro de quando fui vivo, nem sei de meus pecados!
Pelas infinitas galerias subterrâneas, ocultadas abaixo deste gramado fétido e mofado,
chego à terrível conclusão de que estou só, nu e a chorar: morto-vivo em desespero.
Talvez neste calabouço eu deva aprender? Pois vivendo na riqueza, tudo de mim escapou!
Vícios não curados e percas irrecuperáveis fizeram-me cair em profundo desespero!
Cigarros, sexo e drogas, e, sobretudo o dinheiro,
são males necessários que jamais usei de bem,
Hoje choro, abaixo desta terra, escutando os cantos de um corvo
no mundo em que já não vivo!
Talvez sejam lembranças de outros tempos,
lembranças de um filme ou talvez um simples texto,
mas quando escrevo minha literatura, sinto aqui dentro este desejo pela solidão!
Talvez sejam fatos alheios, frutos colhidos n'outras vidas, em épocas mais tenebrosas.
Mesmo sendo desabafo meu,
o fiz de forma a profetizar,
no coração,
vivamente uma poesia.
Autor: Rodrigo Terribile Rossi
Inspiração: -
Ano: 2008


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